18.4.06
a montra
A ida à costureira
Nunca gostei muito do...
falo-lhe sempre com um sorriso nos lábios. Mas palavras devidamente articuladas.
E invento histórias e personagens: o Sapo saltitão; a Dona Ofélia, a única girafa verde e amarela.
No blog não escrevo por ti. Escrevo por mim. escrevo aquilo que um dia quero que leias. Como quando folheares os álbuns de memórias. Acho que nenhuma vai ser tão rico como este. Assim espero.
Hesito, tenho hesitado, em publicar aqui uma fotografia. Nem sei muito bem porquê.
Hoje publico.
Porque me apetece...
17.4.06
ao som de DJ-Vibe
O firefox com o Google Calendar, a wikipédia aberta nas Caldas da Rainha, um texto nonsense (que transcrevo abaixo) de Mário-Henrique Leiria.
A Mãe a dizer que sou uma vergonha porque não posto. Apesar das postas de maruca, raia e perca do Nilo que deram corpo à massada de peixe, estarem uma delícia.
O texto é:
Telefonaram-lhe para casa e perguntaram-lhe se estava em casa.
Foi então que deu pelo facto. Realmente tinha morrido havia já dezassete dias.
Por vezes as perguntas estúpidas são de extrema utilidade.
A Maria, esse pequeno ser que preenche cada dia, anda birrenta. Chorou que ficou rouca. Depois adormeceu ao som de Trovante - a Mãe gosta de lhe cantar, e era isso ou Xutos - e, continuou a dormir com os diálogos sempre corrosivos do Dr. House.
Mas a malandrita vai-nos dar água pela barba: hoje, deitada, a segurar-me os polegares, fazia força parecia querer levantar-se. Pensei que era impressão minha. Mas a Mãe testemunhou...
Não é cedo demais? ou é o meu desejo secreto de querer que ela não cresça? sim, porque qualquer dia vai ter quinze anos, dizer que quer ir à discoteca, ou passar o fim-de-semana em Espanha com os amigos... E toda a gente sabe que também vai O amigo...
14.4.06
a liberdade
fraldas
em abril de 2006
Em Abril de 2006 há quem, depois de uma ida ao banco, opte por pôr o dinheiro debaixo do colchão.
burocracia
o carro
se por um lado a Maria Luís detesta que a enfiem no "cesto de ovos", o que demonstra com um choro de protesto, por outro adora uma viagenzita de carro. basta sairmos do estacionamento, ou melhor, basta fazer a primeira manobra para sairmos do estacionamento, para o choro parar.
Mas não convém encontrar pela frente semáforos, portagens ou filas de trânsito, é que ela topa que parámos e faz logo um som de protesto. não é um choro, é mais uma espécie de resmungo. bem que o povo diz que os miúdos gostam de "cu tremido". o problema é que eu não consigo pôr o carro dentro de casa...
8.4.06
o primeiro banho de loja
o primeiro ensinamento
A miúda deita-nos a língua de fora. O que quer dizer que a primeira coisa que lhe ensinámos foi algo que daqui a uns tempos vamos querer que ela não faça. É um milagre que não existam mais doenças psiquiátricas entre as crianças.
Novas Tecnologias
Há dias assim. O pai sai de casa, a mãe feliz corre para o Pc. Retira-o do sítio e prepara-se para postar. Eis senão, quando vê: não há net. A mãe lixou qualquer coisa e agora não consegue consertar. Pois é. E o pai não está. Como é que é possível que uma coisa que começou por saber tão bem (a ausência do pai e a consequente propriedade plena do PC) possa agora implicar um amargo de boca?!?!!? Raios partam a minha ignorância informática. É que nem me posso ir consolar para a página da Direcção Geral de Contribuição e impostos…
6.4.06
consulta dos dois meses
peso: 5 quilos;
altura (comprimento): 57 cm
perímetro cefálico: 39 cm.
agora em código maternal:
peso: percentil 75;
altura: percentil 50
perímetro cefálico: percentil 75 (não tenho bem a certeza deste)
(ainda não domino este código, razão pela qual as não-mães e os não-pais não me devem pedir para o explicar)
atitude social com o médico: ligeiro ar de mete nojo e indiferença. recusa de sorriso e birra de sono no final. a falta do sorriso levou a que o médico nos perguntasse se ela o fazia. claro que sim. pelos vistos só não sorri para médicos (filha, não é uma boa opção de futuro! é aos advogado é que não se sorri!!!) (e já agora a quem é que a minha filha foi buscar aquele ar de mete nojo e de quem não está para passar cartucho ao que se passa ??)
motivo de preocupção: o gânglio inflamado originado pela vacina do BCG. está grande. é doloroso ao toque. pode rebentar. enfim: tem mau ar! (isto não foi dito pelo médico, é dito por mim). raios partam a vacina do BCG!!!
não há dinheiro que pague...
vacinas
pela primeira vez os pais assistiram ao acto, isto porque a vacina do BCG foi dada na matenidade, sítio onde também foi feito o teste do pézinho (que agora é na maõzinha, pelo que não tarda vamos ter de lhe mudar o nome e cujo resultado - adoro a net - foi visto on-line)e aí levam a criança e devolvem-na já com as picadas concluídas.
agora não. assistimos. e pior: temos de a segurar enquanto a picam. o corajoso foi o pai. a mãe ficou com as duas mãos livres, de punhos cerrados e muito perto da enfermeira. pronta a reagir. e quando diz pronta a reagir isso implica uma de duas coisas: ou um ataque de choro ou um ataque de violência (nunca) gratuita (a enfermeira ficaria sempre com direito a ser indemnizada).
mas não foi necessário nada! a manhã de ansiedade revelou-se um exagero!
a miúda foi uma heroína. chorou com as picadas iniciais - quem não chorava considerando que foi na perna - e depois acalmou logo no meu colo. passados uns minutos olhava em redor a cuscar todos os cartazes cheios de cor que decoravam o gabinete.
face a isto a mãe portou-se à altura: nada de lágrimas e muito menos de socos, ainda mais porque concluiu que a enfermeira era muito boa na arte da picadela. eficaz, rápida, simpática e amorosa com a criança. com os pais também foi, mas isso agora já não interessa nada, certo. já diz o ditado "quem os meus filhos beija, minha boca adoça".
o dedo
agora não, agarrou-o com calma e persistência. chuchou com convicção. e percebeu que com esse gesto tem a atenção da mãe e direito à mama.
agora quando tem fome, não chora, chucha no dedo.
recordem-me lá: quem é que anda mesmo a educar quem nesta relação?
a birra
Mas vamos lá ao que interessa: à BIRRA! à monumental, inesquecível e estridente BIRRA (daí as maiusculas!!!)
como já disse foi no domingo, após o banho e a BIRRA pode ser definida como duas horas de choro inconsolável, estridente e inexplicável (pelo menos para os pais, pois ela provavelmente teria uma óptima razão para aquele choro).
a mãe na altura desconfiou duma dor de barriga causada por uma dificuldade de fazer cocó. o pai desconfiou que fosse a consequência de um dia agitado (fomos ver os bisavós e os avós). o gato não desconfiou de nada, mas ao fim de uma hora de choro saíu da sala (onde decorria a BIRRA) e mudou-se para um quarto onde continuou o seu sono (já tinha olhado por várias vezes para ela mas como ela não percebeu a mensagem, mudou-se, pareceu-lhe mais fácil e como nós o percebemos...).
Foi brutal, desesperante, arrepiante, inquietante. Mas tal como começou, acabou! sem explicação! sem mais, adormeceu e ficou com o ar mais tranquilo do mundo. se todas as birras se resolvessem assim, o mundo seria um lugar bem melhor.
agora que foi uma senhora dona BIRRA, lá isso foi!!
setenta euros
Mas fico lixado... fico mesmo desfeito quando ouço "setenta euros!"... Não é por mim, nem pela Maria... É por todos aqueles bébés que não vão levar essa vacina...